30 de janeiro de 2013

Assistindo ao vivo no Encontro Nacional com novos prefeitos e prefeitas uma mesa/debate muito interessante sobre o Tema: Crack, é possível vencer. 

Assista através do link:






25 de janeiro de 2013

Compartilhando... mais uma dica de leitura.

Higienismo no combate ao crack: Diretora do Cratod discorda de internação forçada e é demitida


A diretora geral do Centro de Referência de Álcool, Tabaco e Outras Drogas (Cratod), Marta Jezierski, foi demitida na última sexta-feira (18) por discordar da nova política de incentivo às internações forçadas de usuários de crack adotada pelo governo estadual.
O Cratod é o principal centro de tratamento de dependentes químicos em São Paulo e pilar de toda a política pública de combate ao uso de drogas. Por isso foi escolhido para sediar o plantão judiciário inaugurado segunda-feira para agilizar casos de internação forçada de dependentes de crack, batizado Operação Centro Legal – Fase 2.
A Marta Jezierski, responsável desde 2010 por coordenar todo atendimento a dependentes químicos no Cratod, se posicionou contra a nova política adotada pelo governo estadual e foi demitida pelo coordenador do serviço de Saúde da secretaria de Saúde do Estado, Sebatião André de Felice.
Marta é considerada uma das maiores especialistas do país em tratamento de dependentes químicos e trabalha desde 1987 na área. Segundo ela, o governo do estado tentava há mais de dois anos implantar a política priorizar as internações forçadas mas esbarrava na recusa por parte dos médicos especialistas.
“Propusemos outras alternativas como a implantação de um consultório de rua na Cracolândia, a instalação de um telão onde as pessoas poderiam ‘doar’ mensagens de apoio aos usuários, ampliar o horário de atendimento do Cratod. Mas para isso o Estado precisaria investir em recursos humanos e contratar mais médicos. Me opus à atual política e fui demitida”, disse Marta.
A assessoria de imprensa da Secretaria de Saúde do Estado confirmou a saída da coordenadora do Cratod mas não informou os motivos.

Dica de leitura!

Prevenção e Tratamento da Dependência Química
Claudio Paris

Quais razões levam um jovem a usar drogas? Como ajudá-lo a se livrar delas? O que se entende por drogas e dependência? Essas e outras questões são complexas e demandam uma análise um pouco mais aprofundada do fenômeno da drogadição.

Maconha, heroína, LSD, cocaína, crack, entre outras, chamadas popularmente de drogas, são substâncias psicoativas (SPAs) que têm convivido de alguma forma com o homem na maioria dos grupos sociais. Algumas têm origem natural, outras são feitas em laboratório, mas todas trazem inúmeras consequências para o sistema nervoso central. Tais efeitos modificam o estado geral da mente e do corpo e a conduta de quem as utiliza.

O usuário é chamado de drogadicto, já que este fenômeno é tratado hoje como uma patologia ou doença grave. A chamada drogadição é algo antigo, amplamente relatado na literatura médica, que se tornou um problema de saúde pública em meados da segunda metade do século 20, em especial nos centros urbanos. A percepção generalizada atual é de que tem crescido significativamente o consumo de substâncias psicoativas, sendo usadas por faixas etárias cada vez mais jovens.

Uma pesquisa da Organização Mundial de Saúde (OMS) revelou que os principais motivos para alguém experimentar essas substâncias psicoativas são: satisfazer a curiosidade a respeito dos efeitos das drogas; sentir necessidade de participar de um grupo social; ter vontade de expressar sua independência; buscar experiências agradáveis, novas e emocionantes; melhorar a “criatividade”; favorecer uma sensação de relaxamento e fugir de sensações e/ou vivências desagradáveis.

No mesmo estudo, a OMS elencou os cinco principais fatores de risco para o consumo de SPAs: não ter informações adequadas sobre os efeitos das drogas, ter saúde deficiente, estar insatisfeito com a qualidade de vida, ter personalidade deficientemente integrada e encontrar facilidade de acesso às drogas.

As drogas podem provocar um fascínio e atração quando apoiadas no contexto social e cultural contemporâneo, que incorpora elementos da chamada pós-modernidade. De acordo com o sociólogo contemporâneo Zygmunt Bauman, diferentemente da sociedade moderna anterior, que ele chama de “modernidade sólida”, tudo agora está sendo permanentemente desmontado e sem perspectiva de permanência no chamado “mundo líquido”. Tudo acaba sendo temporário, o que explica a metáfora da “liquidez” para caracterizar o estado da sociedade moderna.

Como os líquidos, essa sociedade é incapaz de manter a forma, o que pode ser traduzido por suas instituições, quadros de referência, estilos de vida, crenças e convicções, modificando tudo antes que se tenha tempo de solidificar costumes, hábitos e verdades “autoevidentes”.

Dessa forma, Bauman aponta que os jovens da atual geração, em especial, não podem mais contar com a natureza permanente do mundo lá fora nem com a durabilidade das instituições, que tinham antes toda a probabilidade de sobreviver aos indivíduos.

Contidos nessa “liquidez”, o fenômeno da drogadição e a disseminação do consumo de substâncias psicoativas espelham o modo como muitos jovens se relacionam hoje. Ele reforça valores baseados em consumismo e busca do prazer imediatista, associados à pauperização de importante parcela da população mundial.

Quando alguém se torna dependente, a “liquidez” de seu mundo é ainda mais aguda. A dependência pode ser entendida como o impulso que a impele a usar uma droga a fim de saciar seu desejo e lhe conferir prazer. O chamado drogadicto - ou dependente - caracteriza-se por ser incapaz de controlar seu desejo de consumir drogas, tendo um comportamento impulsivo e repetitivo, muito alterado em relação ao seu padrão habitual.

A dependência também é marcada pela síndrome de abstinência, cujos sintomas estão associados à ansiedade, mal-estar e desconforto incontrolável, além de tremor nas mãos, náuseas, vômitos e até um quadro de abstinência agudo denominado delirium tremens, com risco de morte, em alguns casos.

Já há inúmeros medicamentos que podem minimizar tais efeitos. Porém, a cura para a drogadição é extremamente difícil, o tratamento é demorado e muito custoso emocionalmente para o dependente, sua família e círculo social.
O tratamento da dependência não pode estar restrito às medicações. Há nesse aspecto uma observação, muito disseminada, sobre o êxito na recuperação estar ligado a uma reorganização psicossocial do indivíduo.

Psicólogos e terapeutas apresentam um grande arsenal de estratégias que colaboram nesse processo, deixando claro que um problema de tal complexidade exige uma abordagem terapêutica aliada a iniciativas que afastem o dependente das drogas. A arte, a prática esportiva e outras atividades prazerosas são capazes de ocupar o tempo utilizado anteriormente com as drogas, dentro de um contexto saudável, construtivo e estimulante.

Para isso, é fundamental o papel do tripé "escola, comunidade e família", atuando conjuntamente em harmonia. Isso favorece o processo de recuperação das vítimas da dependência. O desafio dos pais e educadores é promover um amálgama de saberes tradicionais (“legado”) com novos saberes (“futuro”) por meio de práticas que atinjam os jovens nos sentidos, levando-os a desenvolver uma percepção de que há vida, alegria e saúde longe das drogas.

Incorporando o pensamento do sociólogo Bauman, deve-se criar uma nova matriz “líquida”, capaz de promover uma cultura de tolerância, solidariedade, respeito mútuo, cidadania, autonomia e protagonismo social. Vivemos na fluidez, em períodos desafiadores, tempo de incertezas e novos desafios, mas fortalecidos pela certeza de que a luta contra as drogas é dever de cada um de nós.

Claudio Paris é licenciado em Ciências e Biologia e pós-graduado em Educação pela Universidade de São Paulo (USP). É professor, músico e gestor da Nova Geração, comunidade terapêutica que assiste jovens vítimas de exclusão social e drogadição.

Fonte da Imagem: Corbis.
 

11 de janeiro de 2013

Socializando...

Drogas e religião

Um pouco mais de espiritualidade cultivada nas famílias, sobretudo em crianças e jovens, e não teríamos tanta vulnerabilidade à sedução das drogas
11/01/2013



Frei Betto

Participei em São Paulo, em dezembro último, do simpósio sobre crack promovido pelo Cebrid (Centro Brasileiro de Informações sobre Drogas Psicotrópicas).
Historicamente, o uso de alucinógenos e outros aditivos químicos teve início em rituais religiosos, como ainda hoje ocorre com a ayahuasca, utilizada pelos adeptos do Santo Daime.
Na descrição que o evangelista Mateus faz do nascimento de Jesus consta que os reis magos (astrólogos?) levaram de presente ao Messias ouro, símbolo da realeza; incenso, símbolo da espiritualidade; e mirra, símbolo do profetismo.
O incenso, utilizado inicialmente no antigo Egito e extraído do tronco de árvores aromáticas, é uma “droga” que reduz a ansiedade e o apetite. Ao contrário do que muitos pensam, não é originário da Índia, e sim das montanhas do sul da Arábia Saudita e da Somália e Etiópia.
A mirra, originária da África tropical, é uma resina obtida dos arbustos do gênero Commiphora. Seus efeitos analgésicos se comparam aos da morfina. No Evangelho de Marcos, aparece, mesclada ao vinho, oferecida a Jesus torturado antes de o crucificarem; ele rejeitou a bebida.
Hoje, as substâncias químicas obtidas de plantas superaram o âmbito religioso e terapêutico e se tornaram iscas à dependência química com suas nefastas consequências, como é o caso da coca, cuja folha é mascada pelos indígenas andinos para facilitar a respiração em regiões de oxigenação rarefeita.
Há ainda a produção de drogas sintéticas e o “doctor shopping”, o médico que produz poderosos analgésicos capazes de provocar a morte de seus pacientes, como foram os casos de Michael Jackson e Whitney Houston.
A repressão ao narcotráfico não mostra resultados satisfatórios. As famílias dos dependentes, desesperadas, buscam internações e terapias “miraculosas”.
Ora, médicos, remédios e terapias podem, sim, ajudar na recuperação de dependentes. O fundamental, porém, é o amor da família e dos amigos – o que não é nada fácil nessa sociedade consumista, individualista, na qual o “drogado” representa uma ameaça e um estorvo.
A religião, adotada em algumas comunidades terapêuticas, pode favorecer a recuperação, desde que infunda no dependente um novo sentido para a sua vida. Eis, aliás, o que evitou que a minha geração, aquela que tinha 20 anos na década de 1960, entrasse de cabeça nas drogas: éramos viciados em utopia. Nossa “viagem” era derrubar a ditadura e mudar o mundo.
Na questão das drogas há que distinguir segurança pública de saúde pública. Sou favorável à descriminalização dos usuários e penalização dos traficantes. Os usuários só deveriam ser afastados do convívio social quando forem uma ameaça à sociedade. Nesse caso, precisariam ser encaminhados a tratamento, e não a encarceramento.
A religião nos mergulha no universo onírico, pois nos faz emergir da realidade objetiva e nos introduz na esfera do transcendente, imprimindo sacralidade à nossa existência. Mais do que um catálogo de crenças, ela nos permite experimentar Deus, daí sua etimologia, nos re-liga com Aquele que nos criou e nos ama, e no qual haveremos de desembocar ao atingir o limite desta vida.
Ocorre que, graças ao neoliberalismo e seu nefasto “fim da história” - uma grave ofensa à esperança -, e às novas tecnologias eletrônicas, às quais transferimos o universo onírico, já quase não temos utopias libertárias nem o idealismo altruísta de um mundo melhor. Queremos melhorar a nossa vida, a de nossa família, não a do país e da humanidade.
Esse buraco no peito abre, nos jovens, o apetite às drogas. Todo “drogado” é um místico em potencial, alguém que descobriu o que deveria ser óbvio a todos: a felicidade está dentro e não fora da gente. O equívoco é buscá-la pela porta do absurdo e não a do Absoluto.
Um pouco mais de espiritualidade cultivada nas famílias, sobretudo em crianças e jovens, e não teríamos tanta vulnerabilidade à sedução das drogas.
Enfim, incenso faz bem à alma.

Frei Betto é escritor, autor de “O vencedor” (Ática), romance sobre drogas, entre outros livros.

10 de janeiro de 2013

Prevenir é preciso!!!



Artigo: DROGAS: a importância dos programas de prevenção no ambiente de trabalho. Revista Contadores em Ação. Ano IV – Nº 04. Set/2012. Campina Grande, PB.

Prevenir sempre!


Artigo: DROGAS = ATENÇÃO: Não temos como acabar. Mas, é preciso ficar atento e aprender a conviver com esse fenômeno. Revista Hoje. Ano II – Nº 02. Jan/2010. Campina Grande, PB.